Os diretores executivos estão otimistas com o potencial da inteligência artificial, mas, talvez ainda não tenham um plano finalizado para colher os benefícios da tecnologia.
Os diretores executivos estão otimistas com o potencial da inteligência artificial, mas, talvez ainda não tenham um plano finalizado para colher os benefícios da tecnologia.
Por David Furlonger | 27 de junho de 2024
De acordo com a pesquisa do Gartner para diretores executivos e executivos seniores de 2024, o próximo tópico da transformação corporativa, depois da transformação digital, é a inteligência artificial (IA). Dentre os CEOs, 34% citaram a IA e eficiência/agilidade das operações foi a segunda menção distante, entre 9% deles.
Embora não surpreenda que os CEOs estejam interessados e até otimistas com a IA, especificamente em relação à inteligência artificial generativa, o grau e a extensão da curiosidade são inusitados, um provável reflexo da natureza altamente disruptiva da IA.
Ainda que o interesse contínuo dos CEOs em IA não seja exatamente uma surpresa, o grau e a extensão da curiosidade chamam atenção.
Entre 2023 e 2024, a quantidade de CEOs que mencionaram a IA como a tecnologia que mais impactaria seus respectivas setores praticamente triplicou.
Os CEOs costumam ser bastante céticos e, nos últimos anos, têm sido alvo de abordagens de marketing massivas e inteligentes destinadas a emplacar conceitos como blockchain e metaverso no mundo corporativo. Porém, 64% dos CEOs acreditam que as inovações viabilizadas pela IA em 2023 justificam o entusiasmo.
Talvez isso se deva, em parte, ao uso que os próprios CEOs fizeram do ChatGPT, 75% deles no primeiro semestre de 2023 e, destes, 44% utilizaram a tecnologia no trabalho. (Perguntamos especificamente sobre o ChatGPT porque, no início da pesquisa, imaginamos que era o único termo que eles reconheceriam.) A última vez que observamos algo parecido foi em 2012, quando 40% dos CEOs começaram a usar o iPad no trabalho nos primeiros seis meses após seu lançamento.
Embora a pesquisa sugira que os CEOs não têm um insight específico sobre como a IA generativa transformará a produtividade geral na prática, eles estão otimistas. Dentre os participantes, 49% afirmaram que dispõem de um plano de produtividade da força de trabalho incluindo IA generativa.
Já mais de 33% dos CEOs cujas empresas contam com um plano do tipo esperam que essa tecnologia gere um aumento superior a 15% na produtividade nos próximos dois anos.
Observa-se otimismo em relação ao impacto da IA na receita, visto que 86% acreditam que a IA pode contribuir para manter ou ampliar a receita da empresa neste ano e no próximo. Contudo, há certa preocupação de que os CEOs estejam confundindo eficiência geral com aumento da receita.
Quando questionados sobre como a IA ajudaria a ampliar a receita, os CEOs citaram a melhoria da experiência do cliente, o aumento da produtividade dos talentos e o acesso à inteligência e análise. Estratégicas mais concretas e relevantes de ganho de receita, como novos produtos, marketing mais segmentado e personalização, foram pouco mencionadas, aparecendo no final da lista.
Metade dos CEOs está contando com os diretores de tecnologia, de tecnologia da informação ou de dados de suas organizações para planejar proativamente e liderar a mudança que agregará valor estratégico relevante a partir da IA generativa. No entanto, 13% dos CEOs estão motivados a supervisionar pessoalmente as iniciativas de IA generativa.
Em relação a cargos não técnicos, um volume menor de CEOs está contando com diretores financeiros (8%), operacionais (7%) e de vendas (5%) para liderar estrategicamente tais esforços.
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