O que é e por que um sistema imunológico digital importa?

Um sistema imunológico digital (DIS) robusto protege aplicativos e serviços de anomalias. Por exemplo, os efeitos de bugs de software ou questões de segurança, tornando os aplicativos mais resilientes para que se recuperem rapidamente de falhas. O DIS pode reduzir riscos de continuidade das operações, criados quando aplicativos e serviços essenciais são gravemente comprometidos ou param totalmente de funcionar.

Baixe agora: Seu guia detalhado para as 10 principais tendências estratégicas de tecnologia do Gartner para 2023

“Empresas enfrentam desafios sem precedentes para assegurar ambientes operacionais resilientes, entregas digitais aceleradas e experiências seguras de usuário final”, explica Joachim Herschmann, Diretor Analista Sênior no Gartner. “Empresas esperam ter a capacidade de reagir a alterações no mercado e inovar rapidamente. Os usuários finais esperam mais do que uma funcionalidade sólida: eles querem alto desempenho e que suas transações e dados estejam seguros e que as interações sejam satisfatórias.”

Um sistema imunológico digital combina uma série de práticas e tecnologias de design de software, desenvolvimento, automação, operações e análise para criar uma experiência do usuário (User Experience, UX) superior e reduzir as falhas do sistema que afetam o desempenho dos negócios. Um DIS protege aplicativos e servidores para torná-los mais resilientes de forma que se recuperem rapidamente de falhas. 

Em uma pesquisa recente do Gartner sobre a superação das barreiras à execução digital, quase metade dos entrevistados (48%) declararam que o principal objetivo de seus investimentos digitais é melhorar a experiência do cliente (Customer Experience, CX). O DIS será essencial para assegurar que a CX não seja comprometida por defeitos, falhas ou anomalias no sistema, como bugs de software ou questões de segurança.

Em 2025, o Gartner espera que as organizações que investirem na criação de imunidade digital aumentarão a satisfação do cliente, reduzindo o tempo de inatividade em 80%.

Baixe agora: Plano de ação 2021-2023 de tecnologia emergente

Ao construir a imunidade digital, comece com uma declaração de visão sólida que ajude a alinhar a organização e facilitar a implementação. Depois, considere seis práticas e tecnologias a seguir:

• A capacidade de observação permite que o software e os sistemas sejam “vistos”. Desenvolver a capacidade de observação em aplicativos fornece as informações necessárias para minimizar problemas com confiabilidade e resiliência e, ao observar o comportamento do usuário, melhorar a UX.

• O teste aumentado por inteligência artificial (IA) capacita organizações a tornarem as atividades de teste de software cada vez mais independentes da intervenção humana. Ele complementa e expande a automação do teste convencional, incluindo o planejamento, a criação, a manutenção e análise totalmente automatizados de testes. 

• A engenharia do caos usa testes experimentais para revelar vulnerabilidades e pontos fracos dentro de um sistema complexo. Se usada em ambientes de pré-produção, as equipes podem dominar com segurança os testes de uma maneira não invasiva e aplicar as lições aprendidas a operações normais e ao fortalecimento da produção.

• A correção automática é utilizada para construir recursos de monitoramento sensíveis ao contexto e funções de correção automatizadas diretamente em um aplicativo. Este sistema automonitora a sua atividade e corrige problemas detectados automaticamente, retornando a um estado operacional normal, sem exigir o envolvimento de funcionários de operações. Além disso, em combinação com a engenharia do caos, pode prevenir problemas e corrigir uma falha na UX.

• A engenharia de confiabilidade do local (Site Reliability Engineering, SRE) é um conjunto de práticas e princípios de engenharia desenhado para melhorar a retenção de usuários e a CX, aproveitando objetivos no nível do serviço para reger o gerenciamento de serviços. Este conjunto de práticas equilibra a necessidade de atuar rapidamente em relação a estabilidade e riscos. Além disso, reduz o esforço de equipes de desenvolvimento na correção e dívida tecnológica, permitindo focar em criar uma UX atraente.

• A segurança de software da cadeia de fornecimento aborda o risco de ataques ao software da cadeia de fornecimento. As listas de materiais de software melhoram a visibilidade, a transparência, a segurança e a integridade do código aberto e patenteado no software das cadeias de fornecimento. Políticas sólidas de controle de versões, o uso de repositórios de artefatos voltados para conteúdos confiáveis e o gerenciamento de risco associado ao fornecedor durante todo o ciclo da entrega protegem a integridade do código interno e externo.

Baixe a Agenda de CIOs para 2023: Quatro maneiras para garantir que os investimentos em tecnologia paguem os dividendos digitais

Concentre-se na otimização do CX assim como na mitigação de riscos potenciais. Implementar um DIS exige uma mentalidade inovadora. No entanto, através da combinação de práticas e tecnologias garante a possibilidade de manter sistemas digitais complexos em execução, mesmo quando eles estiverem comprometidos.

Resumo:

• Um sistema imunológico digital cria uma CX e UX superiores, tornando-as mais resistente a possíveis falhas.

• O DIS combina práticas e tecnologias para aumentar a resiliência de produtos, serviços e sistemas.

• Leve em consideração o valor comercial que um DIS gera para parceiros de TI e de negócios.

Joachim Herschmann é Diretor Analista Sênior na equipe de design e desenvolvimento de aplicativos no Gartner. Ele ajuda diretores de TI e líderes de engenharia de software a criar desenho de software e estratégias de desenvolvimento e gerenciamento de pessoas. É especialista nas áreas de teste e qualidade de software, tecnologias de desenvolvimento e teste com IA aumentada e operações de desenvolvimento (Development Operations, DevOps).